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segunda-feira, 5 de julho de 2010

Dos pés a cabeça, de dentro pra fora

Esconde a mão de pele suave
com sua luva de boxe
pra tentar ficar na linha, pra não perder a razão
pra disfarçar a camisola de coração
Por fora é crua, rude e persistente
por dentro é pura amargura, a dor que sente
A meia suja de andar sem sapato, rasgou
a feriu, os calos apareceram faz um bom tempo
por isso não se aproxima de quem está ao seu lado
algum sentimento a atropelou ou a fez de passatempo
A blusa aberta pra mostrar e se vender
a sedução, onde não há mais amor
cansada de tragédias, emoção e guerras
é por isso que lá no fundo tenta se esconder
O esmalte, ou o que sobrou dele
demonstra o cuidado que havia
e que hoje se torna menosprezo
ela já não se preza, vive na rebeldia
O cabelo não penteado
jogado pro lado, é resultado da crítica da humanidade
que trouxe consigo o desprezo
de uma pobre menina que tentava amar com ingenuidade
Só não largou o salto alto
porque sabe que ainda está no topo
só não do jeito que muitos esperavam a encontrar
com as mãos frias e o coração oco

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